Entrevista com Indre Medeiros

Conversamos com a Internacionalista Indre Medeiros que atualmente exerce a função de Consultora de Mobilidade Global na Mercer Brasil. Formada desde 2012 em Relações Internacionais, Indre mostra-se uma profissional de carreira brilhante e que coleciona conquistas.

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Sempre há uma saída e espaço para quem é competente e exercita seu networking. Não se limite ao que os outros dizem sobre o mercado. Seja ousado de maneira responsável e ética. O mundo sempre precisou e vai precisar de profissionais excelentes.

Indre Medeiros é formada em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2012). Entre 2011 e 2012 frequentou o Instituto de Economia Científica e de Gestão na cidade de Lille, França. Com formação na área de negócios e negociação internacional, ingressou em 2017 na escola de negócios Saint Paul, onde realizou o curso de inteligência de mercado.

Profissionalmente, atuou no setor de Programas de Intercâmbio no escritório de relações internacionais da PUCMINAS e trabalhou como superintendente de financiamentos de investimentos no Departamento de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais. Durante 4 anos atuou como analista de mobilidade global na Fiat Chrysler e atualmente é consultora de mobilidade global na Mercer Brasil, cargo que exerce há mais de 2 anos.

Indre nos contou sobre a sua carreira na área de Mobilidade Global e concedeu dicas preciosas para os futuros internacionalistas e profissionais que desejam ingressar neste campo das Relações Internacionais.

Confira abaixo a entrevista completa:

1- O que a motivou a escolher o curso de Relações Internacionais?

Como para a maioria dos jovens, foi muito difícil decidir qual curso de Graduação fazer. Então, decidi agendar uma reunião com a coordenação dos cursos que mais se aproximavam daquilo que eu gostaria de me tornar e Relações Internacionais era um deles.

Analisei o currículo do curso e a ementa das disciplinas e me apaixonei pelo propósito de um Internacionalista. Me encantei pela possibilidade de poder interpretar o ambiente global, compreender os aspectos culturais de um povo, o jogo de poder internacional.

No decorrer do curso, sempre continuei me perguntando se eu estava indo na direção que gostaria, e estava. Foi uma jornada muito importante e desafiadora e, finalmente, me graduei em R.I.

2 — A atuação em Mobilidade Global ainda é muito recente. Nesse contexto, quais foram as maiores dificuldades que você encontrou quando decidiu seguir carreira nesta área?

Certamente, o maior desafio foi conseguir um estágio que correspondesse ao que eu gostaria de me tornar. Isso ocorreu em 2009, e talvez hoje o mercado reaja de forma diferente (talvez seja mais receptivo), dependendo da cidade.  Entretanto, enquanto não encontrei estágio no mercado, eu me envolvi em atividades extracurriculares da própria universidade para que eu pudesse crescer de alguma forma.

3 — Você atua na área de Mobilidade Global com diversas pessoas de diferentes lugares e culturas. De acordo com suas experiências, quais competências você julga serem necessárias para seguir carreira nesta área?

A competência em fazer análises interdisciplinares e de saber transitar com mais facilidade em temas internacionais.

4 — Como você caracteriza o mercado de trabalho em Mobilidade Global para internacionalistas?

À primeira vista, o mercado de R.I. pode parecer muito restrito. É claro que a demanda por um internacionalista pode ser diferente se comparamos com um administrador de empresas. No entanto, essa proporção pode variar de acordo com a cidade que procuramos por uma oportunidade. Por isso, sempre considerei mudar de cidade, se fosse preciso. E sempre acreditei que, não importasse a área que eu escolhesse, se eu me dedicasse e tivesse paixão pelo que fizesse, eu acharia uma saída.

5 — Como Internacionalista, qual foi o maior desafio que você enfrentou atuando como consultora de mobilidade global? Como fez para superá-lo?

Como jovem profissional de R.I. com muito gosto para estudar Geopolítica, História, Culturas e Negociações Internacionais, eu não tinha muita maestria com análise de custos, montagem de um plano de negócios e outras atividades de administração e gestão. Contudo, fui adquirindo essas habilidades com os meus colegas de trabalho e gestores. Sou muito grata a eles, pois, toda ajuda e apoio que recebi deles foram essenciais.

6 — Em que medida os seus relacionamentos interpessoais (networking) foram importantes para a sua carreira?

Networking foi essencial. E para construí-lo é importante considerar a fase de carreira que estamos. Por exemplo, como estudante, se você não consegue conhecer um gerente ou CEO de uma empresa, você pode (e deve!) fazer seu networking com outros alunos (não necessariamente do mesmo curso, faculdade ou universidade), professores, autores, amigos de seus familiares, etc. E assim, progressivamente. Outro ponto importante é não somente adicionar essas pessoas em sua rede social, mas falar com elas e mantê-las, de alguma forma, próximas.

7 — Se você pudesse dar alguma dica aos futuros analistas internacionais ou para profissionais formados que ainda não conseguiram se inserir no mercado de trabalho, que dica seria?    

Sempre há uma saída e espaço para quem é competente e exercita seu networking. Não se limite ao que os outros dizem sobre o mercado. Seja ousado de maneira responsável e ética. O mundo sempre precisou e vai precisar de profissionais excelentes.

8 — Você possui especialização em Negociações Internacionais pela Ièseg Lille e pós-graduação em Inteligência de Mercado pela Saint Paul Escola de Negócios. Qual a importância delas para o trabalho que exerce atualmente?

O curso de Negociações Internacionais me ajudou a entender quais seriam as maneiras mais adequadas para negociar com pessoas que tivessem um mindset diferente do meu. E, como estamos a todo instante negociando algo com alguém que pensa diferente (e que não necessariamente seja de outro país) posso dizer que pratico isso diariamente.  Já a pós- graduação em Inteligência de Mercado me apoia na compreensão de certas decisões de negócio, seja pelo viés estratégico em seu sentido amplo, custo ou gestão.

9 — Quantos e quais idiomas você fala? Na sua opinião, quão importante é possuir esta habilidade e em qual medida considera certificados de formação em línguas estrangeiras fundamentais para um internacionalista?

A Universidade em que estudei R.I. exigia a certificação em Inglês para a graduação. Por isso, inglês sempre foi meu foco principal e é o que recomendo para qualquer profissional, independente da faculdade que decidam cursar.

Além da minha língua materna (Português), falo inglês, francês e espanhol – com níveis de proficiência diferentes. Apesar de ter começado a estudar inglês bem mais velha (~17 anos) que a média, sempre gostei de aprender línguas estrangeiras, pois, vejo como a maneira de nos conectarmos com o outro. Fiz algumas aulas de italiano e alemão, mas por um período muito curto de tempo. E, atualmente, estudo Holandês.

10 — Fez estágio de RI? Onde? Qual a importância deste fator na sua carreira?

Fiz estágio na Secretaria de Relações Internacionais da PUC Minas e no Departamento de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Ambos foram essenciais, tanto para expansão de conhecimento, quanto para mapeamento e construção de outras possibilidades de carreira e networking!

 

Esse post foi produzido com a ajuda da estudante de Relações Internacionais da
UFRRJ e Colaboradora Voluntária Joana Francismari.

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