ENTREVISTA COM LUCIANA FERREIRA

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Novamente, e com muita alegria, consegui realizar mais uma entrevista para o blog sobre um caso de sucesso profissional na nossa área. Muito obrigada à colega analista e amiga, Luciana Ferreira, que se disponibilizou em fazer parte deste sonho comigo e topou participar desta seção do Blog. Tem que ter disposição para responder às perguntas feitas aqui, especialmente às dúvidas dos leitores. E ela fez isso com muito carinho e coração aberto. Afinal, dizer sobre a nossa vida profissional é falar muito de nós mesmos!

Espero que vocês gostem da entrevista tanto quanto eu e conheçam mais essa possibilidade de carreira, muito bem trilhada pela Luciana! Confiram:

  • Nome: Luciana Mara Ferreira
  • Ano em que se graduou em RI: Formei em Julho de 2009.
  • Instituição de ensino onde se graduou em RI: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Cidade onde mora: Belo Horizonte
  • Empresa/instituição para a qual trabalha: Secretaria de Estado de Defesa Social – Governo de Minas Gerais
  • Cargo exercido: Gerente de Projetos
  • Há quanto tempo trabalha nesta empresa/instituição: Há 4 anos

Conte um pouco da sua trajetória profissional e sua situação atual.

Minha trajetória profissional começou já no primeiro período, quando trabalhei como voluntária no Modelo Intercolegial das Nações Unidas promovido pelo Departamento de Relações Internacionais da PUC-MG, conhecido como MINI ONU. Através desta experiência conheci muitas pessoas dos outros períodos.

Então, quando estava no terceiro período uma dessas pessoas me indicou para uma vaga de estagiária no departamento de Comércio Exterior de uma empresa de pequeno porte. E justamente por não ser uma empresa grande tive a oportunidade de aprender muito sob a coordenação direta do meu chefe. Aprendi bastante sobre as práticas de Comércio Exterior e também sobre liderança, já que o líder que tive neste período transmitia, além dos conhecimentos técnicos, experiências de vida e exemplos como um verdadeiro líder deve fazer.

Depois, também com a ajuda de um amigo que conheci na faculdade, trabalhei na reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este foi meu primeiro contato com o Governo de Minas, onde atuei junto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a qual estava coordenando a reunião do BID.

Como sou natural de Itaúna, interior de Minas, não queria correr o risco de me formar e ficar desempregada. Assim, faltando um ano e pouco para me formar, prestei concurso público e assumi o cargo no Governo de Minas no final de 2008.

Desde então tenho crescido profissionalmente dentro da Secretaria de Defesa Social, responsável pela segurança pública de Minas.

Porém, neste meio tempo, decidi fazer um intercâmbio. Como servidora pública, solicitei uma Licença para Tratar de Assuntos Particulares (LIP) e fui estudar na Austrália, onde fiquei por 9 meses.

Atualmente, lidero projetos integrados de capacitação – principalmente os ligados à Copa do Mundo FIFA de 2014 – destinados à Polícias Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar. Gerencio o escopo, cronograma, orçamento, riscos e reporto o acompanhamento juntos às lideranças destes órgãos. Além disso, elaboro de projetos para captação de recursos para execução de projetos.

Quanto tempo demorou para conseguir seu primeiro emprego na área?

Desde o primeiro período trabalhei como voluntária nas edições do MINI ONU, chegando a Diretora Administrativa e fui ligando uma experiência a outra até me tornar servidora pública. Estava sempre fazendo alguma coisa e conhecendo pessoas que me conectavam a outras pessoas e, consequentemente a outras oportunidades.

Fez estágio de RI? Onde? Qual a importância deste fator na sua carreira?

Estagiei na área de comércio exterior em uma empresa de pequeno porte. Considero a experiência como um divisor de águas, não só em minha carreira profissional, como também em minha formação pessoal. No primeiro dia de estágio tinha medo até de atender ao telefone ou abrir a janela. Tive a sorte de ter mais que um Gerente, ele foi um verdadeiro mentor, que me ensinou, não só como executar bem tecnicamente o trabalho, mas também a não ter medo de errar e saber como me colocar frente a diversas situações. Foi um período de grande amadurecimento.

Fez intercâmbio? Onde e quando? Em que medida acredita que isto afetou positivamente a sua carreira?

Sempre tive vontade de fazer um intercâmbio, mas por questões financeiras fui adiando o sonho. Porém, em 2011, tive a oportunidade de solicitar o benefício da licença no trabalho e fui estudar na Austrália. Voltei com um diploma de Business Management e muita bagagem de vida! Após esta experiência posso afirmar que um intercâmbio faz muita diferença no desenvolvimento da língua estrangeira, principalmente com relação ao listening. Portanto, o intercâmbio continua sendo um ponto positivo no currículo.

Quantos idiomas você fala? Quais? Possui certificado de formação nestes idiomas? Acha importante?

O domínio de idiomas é extremamente importante, principalmente para quem deseja se tornar uma Analista Internacional. Para se ter uma ideia, já no primeiro período do curso de Relações Internacionais é necessário ler muitos textos em inglês.

Além disso, falar inglês nos tempos atuais é uma exigência até mesmo para se conseguir um estágio. Sou fluente em Inglês e tenho Espanhol intermediário. E este ano pretendo iniciar o curso de Francês.

Fez pós-graduação? Em que área?

Como contei anteriormente, fiz uma especialização em Business Management na Austrália. Gostaria de fazer um MBA, portanto, desde o final do ano passado tenho pesquisado sobre o assunto, mas ainda não decidi em que área.

Em sua opinião, qual a maior dificuldade de um analista de RI com relação ao mercado de trabalho?

O campo de atuação do Analista de Relações Internacionais é muito vasto, por isso acredito que a maior dificuldade é o profissional encontrar a área que mais se identifica dentro deste campo. Outra questão é que o Analista de RI não possui uma função específica, portanto, o mercado de trabalho não sabe exatamente o que ele faz.

Neste sentido, acredito que o estudante de RI deve pesquisar e ler a respeito das opções que o curso oferece e se dedicar a fazer estágios na área.

Assim, conhecendo melhor as possibilidades do Analista de RI e sabendo em qual área gostaria de seguir, o profissional não terá dificuldades de convencer o empregador de que ele é completo, e que possui habilidades analíticas dificilmente encontradas em profissionais com outra formação.

Em que medida seus relacionamentos interpessoais (networking) foram importantes na sua carreira?

Investir, cultivar e ampliar seus relacionamentos interpessoais é extremamente importante. Hoje é comum as empresas solicitarem indicações de pessoas a seus funcionários, algumas oferecem até mesmo benefícios caso o indicado seja aprovado no processo de seleção da empresa. No meu caso me ajudou muito, especialmente nos primeiros passos da minha vida profissional. Como mencionei anteriormente, através da indicação de amigos, consegui um estágio e uma vaga para trabalhar na reunião anual do BID. Networking abre muitas portas, mas por si só não garante emprego, é necessário estudar, se especializar e desempenhar bem suas funções.

O que o motivou na escolha do curso? E da carreira que escolheu?

Escolher o caminho a seguir profissionalmente não é fácil. Primeiramente eu decidi por área, na certeza de que teria que escolher entre os cursos da área Humanas. Depois pesquisei, li e fui em várias palestras sobre os cursos desta área.

Contudo, foi na feira de profissões da PUC-MG que escolhi o curso de Relações Internacionais. Havia assistido várias palestras no dia, entretanto quando ouvi falar sobre o que faz o Analista Internacional senti um arrepio e pensei: “É isso o que quero para mim, para minha vida!”.

Foi uma decisão um tanto quanto emocional, admito, mas não me vejo fazendo outra graduação.

Se pudesse dar alguma dica aos futuros analistas internacionais qual seria? E para os colegas que já são analistas, mas têm dificuldades de se posicionar no mercado de trabalho?

Dedique-se ao autoconhecimento. Mesmo que isto demande tempo e esforço valerá a pena, acredite! A partir deste passo tudo ficará mais fácil, você saberá qual caminho quer seguir e alcançará seus objetivos mais rapidamente. Todavia, frente à diversidade de opções que o mundo oferece não é fácil se conhecer e saber aonde quer chegar, por isso acredito que o ideal é fazer estagio em mais de uma área. Em minha opinião, esta é a melhor maneira de conhecer de perto o quão vasto é o campo de atuação do analista de Relações Internacionais e assim ajudar na escolha do rumo da carreira profissional.

No mais, procure sempre investir, cultivar e ampliar seus relacionamentos interpessoais, sua rede de contatos, pois isto abrirá muitas portas para você, assim como dará a oportunidade de abrir portas para quem você conhece.

Gostou da entrevista? Ainda tem dúvidas? Deixe sua mensagem aqui!

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