SUBMISSÃO: Romance francês é sátira sobre o declínio da cultura europeia.

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Quem acompanha a política na França e em toda a Europa não pode deixar de conferir esta dica de leitura

A mais recente obra de Michel Houellebecq é, sem dúvida, um livro polêmico. Em um futuro próximo, 2022 para ser mais exato, o fictício partido ‘Fraternidade Mulçumana’ vence as eleições presidenciais na França após um segundo turno acirrado. O partido mulçumano derrota a ‘Frente Nacional’ (este real, liderado pela conservadora Marine Le Pen) após aliança com a esquerda do atual presidente, Hollande, e com o centro do ex, Sarcozy.

Submissão narra as consequências da ascensão dos mulçumanos ao poder. O centro da narrativa não é o cenário político imaginado, mas sim a vida de François, um professor da Sorbone solitário e desencantado, que assiste de maneira tediosa às transformações sociais, políticas e econômicas da nova França islâmica.

Polêmica

O livro é bom, já que Houellebecq é um narrador hábil. Com uma prosa envolvente, a obra não exige do leitor grandes voos de imaginação, fazendo-se valer de elementos que já estão no ar, como a tensão entre árabes e europeus.

A polêmica fica mesmo nas críticas ao livro. Para os conservadores, trata-se da projeção realista do presente: a islamização da Europa. Já para os críticos mais alinhados à esquerda, o livro dá fôlego ao discurso reacionário, sobretudo quando o tema é imigração.

Comparado a 1984, de George Orwell, e a Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, Submissão é uma sátira sobre os valores da nossa própria sociedade e, por isso, um dos livros mais impactantes da literatura atual.

 

  • SUBMISSÃO
  • De Michel Houellebecq        
  • Preço médio: R$ 39,90
  • 256 páginas
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